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Flávia entre a profª drª Geri Augusto e dona Zildete Pereira |
Entre conceitos mais pesados (e fundamentais) da economia, como inflação, salário mínimo, PIB e outros, Flávia Oliveira dividiu com os presentes alguns momentos da sua trajetória de 20 anos no jornalismo.
A carioca de Irajá, filha de mãe baiana (da cidade de Cachoeira), formada pela Universidade Federal Fluminense, contou que a sua ascensão no jornalismo televisivo (raro a mulheres negras) é fruto da associação de três fatores: inteligência, muita determinação e certa dose de sorte. “Isso não me deixa cega à minha realidade e às dificuldades de oportunidades e igualdade aos negros do Brasil”. Essa consciência despertou sua percepção das inúmeras tentativas de preconceito que sofreu no exercício da sua profissão. “É constante a associação da mulher negra à sexualidade e a disponibilidade para o sexo”, afirmou.
Superação - A capacidade em lidar e interpretar os números, desenvolvido em um curso técnico em Estatística ainda na adolescência, possibilitou o direcionamento da sua carreira jornalística e garantiu o respeito na emissora em que trabalha desde 1994, onde, garante, nunca sofreu nenhum tipo de discriminação. Nem mesmo por parte de chefes com posicionamentos opostos às políticas de ação afirmativa no país, como é o caso de Ali Kamel, diretor da Central Globo de Jornalismo e autor do livro “Não somos racista - uma reação aos que querem nos transformar em uma nação bicolor” (Nova Fronteira, 2006). “Existe o conhecimento de que temos opiniões muito diferentes sobre este tema, mas sempre existiu o respeito e até o apoio ao meu trabalho”, destacou a jornalista responsável pelo premiado caderno especial do jornal Globo, A Cor do Brasil, e a série Retratos do Rio. “Cada um tem uma percepção do mundo de acordo com o nível de desafios aos quais foi submetido, o que gera olhares e valores distintos sobre a vida”, disse.